quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Que dor é essa!?


QUE DOR É ESSA?!!

Paz...
 deve ser um estado de espírito
 mas tambem de coisas físicas e palpáveis...



Como  um beijinho,
 um corpo que se abraça; 
uma cação que se dedica
 e um filme que se recomenda...


Estranhamente todo o desgaste das paredes 
das casas daquela cidade
 (uma que vi num filme!)
passavam tristes sim
 mas não eram nada principal
 e mesmo sendo cenário real - ao que parecia...
( poderiam significar relaxo, descuido ... falta de carinho 
com o lugar onde ficar )...a casa era um lugar seguro  !

Num pobre e estóico lugar de viver... sem nada - a gurizada...
 sempre com a mesma roupinha de escola, 
um lenço vermelho na gola da camisa branca
 se destacando - pois eram de uma espécie de ...time ... 
que sei eu! 

O que fazer para sobreviver? O que fazer? 
Qualquer coisa.
 Se importar com os amigos; chorar por eles; 
até induzir alguns a rezar pelo que estivesse enfêrmo!
 Vá que a Virgem se fizesse presente e o salvasse?
Tão comuns os caminhos... as ruas, caminhos,
 mas tão antigos os carros, caindo aos pedaços
 apesar de brilharem ao sol de tão limpos!

 Na verdade nada de moderno e atual como o
 disponível nas pranchetas e projetos 
de arquitetos de cidades
 que se vê no nosso dia a dia...
Tudo pobre e descascado... tudo caindo e furado...; 
só os telhados pareciam bonitos
 - não sei porque-: 
se pela altura da vista e proximidade uns dos outros - 
que faziam um mosaico colorido
 em tons mais claros de barro...
 roupas em terraços penduradas e esvoaçando... 
ou pelo estranho silencio.

 De cara com a dor-
 do pai indiferente e cheio de defesas de si-
 no comando de
 um bando de cães que geravam com seu sangue e brigas- 
( olha essa alegoria!!)
grana... das apostas... de todos os santos dias
 num cubículo no alto do casarão, no corredor ,
inflamado dos gritos e uivos do bichos em rinha
 e dos torcedores 
cheios de alma viva , vibrante!!

Um guri que criava pombos...para vender; 
um pai que fazia frete com verduras
 no mercado público
 e que era estrangeiro no lugar, vivendo só com sua filha...

Uma profe- assim era mesmo chamada...;  cheia- 
cheiinha, de respeito e amor, de seus inteligentes alunos...- 
só que menos vitoriosa
 (segundo o Conselho de dois ou tres professores... ) com um deles!!
 E então- induzida a  aposentadoria e a internar o menino impossível- em um lugar chamado a consertar condutas...!

Uma pobre , jovem e bonita mãe alcoólatra,
 e prostituída, 
sustentada pelo filho criador de pombos...

Uma menina palestina
 que contraria as regras de racionalidade da escola
 ou to time- 
e coloca uma figura da Virgem ,
 lhe dado por sua avó tempos atrás ,
no mural da classe ( e isso era proibido)
 para todos poderem pedir pelo neto da profe
 que estava doente...

Ela que fazia com mais duas coleguinhas,
 ensaios solitários de dança flamenca...
 num vagão abandonado de trem... por ali, mais adiante... 

Um romance infantil  e adorável entre o guri e a menina...

Um tira-teima na agua do mar a nado para ver
 quem era o melhor entre dois briguentos...
 e ao fim, quando o pior deles quase se afoga-
 ver valer a lei do coração- que perdoa e salva o outro !

Pois que graça tem salvar-se sozinho?
-


Pequenos flashes de memória de um lindo filme chamado Conducta- numa escola de Havana...de Ernest Daranas  - deste ano de 2015 - de Cuba...






Nossa Senhora desatadora de nós-
 Pintura sobre eucatex- massa acrílica, colagens de papeis de seda e outros, pourpurina dourada e acrílica ...
Fatima Mohamed Abrão

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

memória

M   E   M   O   R   I   A



Doce olhar de crianças que passaram em nossas vidas;
Carinhos ganhos de gente mais velha em familia e fora dela;
Incentivos, mimos frutas maduras e perfumadas
colhidas no galho pendendo a nossa espera...
flores colhidas nos jardins
num gesto generoso de quem plantou
e as cede por amor...

Caminhadas pelo bairro... e mais alem ...
como a mais linda e boa das viagens a se fazer com uma mãe;
pequenas incursões em parques de diversões...
com os filhos
buscando criar os mais alegres momentos de vida em comum...

Idas ao teatro - ao grande e ao mini Guaira!
Leva-los aos seus espetáculos
prestigia-los em suas mais sensacionais estréias!

Aplaudi-los ...

Amá-los... aqui no Paschoal Carlos Magno!

Sem tempo será?!

Acho que sim... só lapsos de memória...
Cabelos esticados de bailarinas que iriam estrear com a escola...
Malandragem do personagem do guri na peça urbana!!

Meus, nossos , tantos ... queridos !

Uns já tão prontos!
Alguns que nem se sabe quando estarão!

Por acaso parei para pensar que não vale ver um fim!
Pensei até que é muito mas muito melhor
nem deixar doer em mim...
Suspender a dor,
Extravasar o choro...
De quem sabe bem
que os amou!